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PAUTA: ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA NO BIXIGA – SÃO PAULO

O Bixiga, no centro metropolitano de São Paulo, é um território geográfico e afetivo reconhecido internacionalmente pelo seu patrimônio histórico, ambiental e cultural. É no Bixiga que ainda encontramos hoje grande parte da memória indígena, quilombola, nordestina e italiana de São Paulo, cujos remanescentes ainda permanecem na sua paisagem junto com suas nascentes e rios, hoje canalizados.

Através das suas comunidades vibrantes, seus teatros históricos, suas cantinas tradicionais, sua escola de samba, seus centros culturais, o Bixiga mantém vivo a sua cultura e a sua histórica. Nos últimos anos, esse território vem sendo pressionado pelo mercado imobiliário para a rentabilização financeira através da inserção de novos empreendimentos sobre o seu patrimônio ambiental, urbano e arquitetônico tombados.

Há alguns dias atrás, dentro do contexto atual das ameaças e vulnerabilidades das instituições democráticas, os órgãos responsáveis pelo patrimônio histórico de São Paulo (CONPRESP e DPH) aprovaram e apoiaram a construção de novas torres dentro da área tombada do Bixiga, em área de proteção ambiental do rio Saracura, uma ação que nunca havia ocorrido nas últimas décadas. Esses novos empreendimentos ilegais agora seguem para análise da Secretaria de Licenciamento da gestão Bruno Covas, que poderá ou não emitir o alvará de construção.

Esse encontro é um coro de vozes de coletivos, movimentos, teatros, instituições culturais, comerciantes, pesquisadores e moradores do Bixiga com o objetivo de denunciar para o mundo a atual ameaça em curso no horizonte da paisagem do Bixiga. É também um gesto de abertura da nova campanha para formação de novas alianças no bairro e na cidade: #somosBIXIGA.